sexta-feira, 4 de outubro de 2013

sombria e muda

Que chegue o amor com vago intento
As dores de sua consequência,  sejam
do vento
Fique o amor como, mormaço, abraço
Como centro de mim, não se afaste
Que tome  meus  beijos nessa chegada
Que de mim seja a  mordaça
Que me cale o corpo em brasa
Sombria e muda, morena senhora de vis
intentos
Que chegue o amor desnudando quimeras
Aquecendo o lado da alma,sendo como o
mar e o céu
Suas estrelas nunca sepulte

sulla fagundes





Solto meus cabelos 
Penso nas palavras 
Voam as  borboletas
Conto as silabas nas 
frases 
Cintilam as estrelas
nas madrugadas
Faço um conto que nem
sinto
Sol brando se foi  com
a  primavera 
Meu verão e os temporais 
presumem-me
Vejo a frente pelejas 
Sou delas o que mais gosto
O sal da terra e as águas
lavam  
A vida sempre ressurge 
E eu conto um pouco de mim
Tenho  presságios 
Sinto elementos ,grafitados ,
em meus  muros 
Sou os  passos  que dei  
Desenho onde estive, com o
mesmo lápis 
Nada apago na longa memória 

sulla  fagundes



Opaco

OPACO

Olhar para céu e nadar
Subir  em um dia claro ou na
vermelhidão sangrenta
Em uma nuvem que passe ou
se presuma
Um sonho  de paz, lagrimejado
suplicando no infinito surdo
Que parem, endureçam emudeçam
Calar o coração, a dor do assistir
passivo
Mãos atadas, gritos surdos
Forças que imobilizam
Orquestra que  substima o
músico
A corda que roe  quaisquer segurança
O artista que cambaleia no tramular
das  bandeiras
Um risco de morte !
Viver castrado de  sonhos
Não é  vida, é sobrevivência sem olhar
 nos espelhos
No espelho de sua conscinêcia
E se enchergar, desnudo , no  fundo dos
olhos
Dos desafortunados ,de tudo
Sonhar,  lutar e construir o mundo, com
 tintas sem pinceis
É mergulhar-se por inteiro, nos
tinteiros
Numa imensa aquarela
E  rolar  colorindo o opaco  das indiferenças


sulla  fagundes

Um dia lendo um livro

Um  dia lendo um livro


Minha sede abrasou-se
Em  tua ausência constante dos dias
Quando nada me senti, e o medo de
desmoronar, fora a estaca a qual
fora fincada no chão de estrelas
Meu mundo eras, naquela hora ao relento
E o nada não se  deseja como abrigo
Era  mentira tudo que pensei que havia
como representação de equilíbrio
Não fora nada quanto mais tua vida,
 como  dizias
Via passar pelas noites  toda poesia
dedicada  a  um  passado,  que em
delírio,  inventavas
Quem sente muito, cala; e o silencio?
Fica sem alma nem fala,surdo sem tato
Completamente sem sentido,se revela
Quem sabe a  sorte de estar plena, e
em delírio desatento
Quando mais eu lia maias  grafitada estava
em ti
E nesse  silêncio mortal, imoral minha  flor
onde minhas  borboletas sei, a  beijam
Flor de  cantar bem longe ,  tão longe daqui
Possa eu   novamente  crer, que o amor foi
feito também para mim

sulla  fagundes

Sonhos e sal

Sonhos e sal


Era o  mar banhando meus  pés
Como a lembrar  aos meus  passos
da tua  chegada
Que  não tarda a aquece-los
O mar e  suas  memórias puricas
Doces demais, pouco salgadas...
O mar revolto de felicidades no
ponto exato
Desenhou nas areias teu rosto em
escultura elevada
Estatica deitei-me ao teu lado na
areia quente
Amanheci ensopada de sonhos e sal
Entre sóis e quimeras o cherio em
rosas e maresias
Revivera eu num cochilo odores de
desse amor
Que me  queima o corpo e as horas


sulla fagundes

Sem Rima

Sem  Rima

Poesia chave da liberdade
Porta que abre ás fronteiras
Musicada ainda  se canta  
Arte de trocadilhos sãos
Encontro dos  bons de alma
Poesia,  onde  se  dribla o caos
Encarcera e confunde o carrasco
Nas estações de tempo e  medida
É da poesia o resultado
Sintoniza
A poesia sincroniza a dança, os
passos de quem tem estrada, sem
estadia
Estremece as estruturas
E ainda não perde o  foco maior
O amor em pleno encantamento
Desesperos de paixão a suar e soar
nos leitos
Poesia, encanto e  delito arte dos
grandes resultados


sulla  fagundes


Amar sozinho

Amar  sozinho

Não te amo assim cegamente
Te amo contemplando a alma
Te amo o que veste e despe
Sem escolha de hora ,no mundo
mudo, sem tempo
É quando mais te amo
Com a vil esperança que me
alcança e  esmorece
Te amo, e, amaria  com a força
do mesmo amor, que mereces
E mesmo que chegue  quem sabe
 a morte
Diria que te amo a face, que
sem saber, me completa
Não seria eu poeta, se soubesse
o inferno de  amar sozinho
Moendo os  descaminhos e como
burburinho
Arrancando os espinhos da mais
bela  flor
Aquela clausura do poeta, que
entorpecido, declama que ama
Te amo em versos sem rimas, sou
eu ainda, que em um simples poema
me  derramo e me  detenho

sulla  fagundes

NA PRIMEIRA PESSOA DO MEU SINGULAR

NA PRIMEIRA PESSOA DO MEU SINGULAR

Tenho dias de reflexões
Dias de paz e serenidade
Tenho dias de buscas
Retalhação retratação
Tenho dias de juntar e dias
de espalhar
Tenho dias de cansaços ...
Tenho dias de euforias e dias
silêncios
Tenho dias meus e dias de todos
vocês
Tenho em mim uma vida cheia
de rebarbas
Tenho dias sangrentos e dias
chorados
Tenho dias guardos em mim que
não quero achar
Dias que me acho perdida ...
Dias perdidos na estrada
E tenho dias como hoje, que não
defino

sulla fagundes


Sentimento perverso

Sentimento perverso

Tarde clara de menina
Um sonho de amarelinha
Singela no espampado
vestido
Olhos curiosos gulosos
de "sim'
Tantas  fitas nos cabelos
Ornamento de tiara
Menina abelha da colmeia
Paixão do poeta
Canção do maestro maldito
Desarranjo da orquestra
Menina de olhos amendoados
Quem dera ter nascido dez
anos antes
Assim seria minha amada
E meus sentimentos coerentes
Meus versos cortantes
Meu poema maldito delito
Seria meu soneto cortês

sulla fagundes

Escrevo

Escrevo

Eu escrevo nas paredes
No casulo, nos confinamentos
Nas minhas mãos nos meus pés
Escrevo nas imagens do dia
Na calada da noite, escrevo
Escrevo nas distancias ...
Nas incoerências ...
Escrevo nas adversidades ...
Escrevo para  você que não lê
Cativa das lembranças, empresto
as linhas
Eu escrevo na primeira pessoa
No meu singular, escrevo
Escrevo nos muros para os cegos
Descrevo a sexualidade dos anjos
Escrevo no desarranjo de ser gente
Na hipocrisia da tua mente doente
Para ti que não me aceita
Não aceita o mundo que te suporta
Escrevo para um monte de pele, que
ocupa espaço
E, chora suas indiferenças
Eu escrevo no espaço, que me cabe
Nas memórias da minha história
Escrevo nas solas dos meus sapatos
E caminho deixando minhas marcas

sulla fagundes

Apelo

Que chegue o amor com vago intento
As dores de sua consequência,  seja
do vento
Fique o amor como mormaço abraço
Como centro de mim não se afaste
Que tome  meus  beijos nessa chegada
Que de mim seja a  mordaça
Que me cale o corpo em brasa
Sombria e muda, morena senhora de vis
intentos
Que chegue o amor desnudando quimeras
Aquecendo o lado da alma,sendo como o
mar e o céu
Suas estrelas nunca sepulte

sulla fagundes