sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

A Árvore da Serra-Augusto dos Anjos


A Árvore da Serra

- As árvores, meu filho, não têm alma!
E esta árvore me serve de empecilho...
É preciso cortá-la, pois, meu filho,
Para que eu tenha uma velhice calma!

- Meu pai, por que sua ira não se acalma?!
Não vê que em tudo existe o mesmo brilho?!
Deus pos almas nos cedros... no junquilho...
Esta árvore, meu pai, possui minh'alma! ...

- Disse - e ajoelhou-se, numa rogativa:
"Não mate a árvore, pai, para que eu viva!"
E quando a árvore, olhando a pátria serra,

Caiu aos golpes do machado bronco,
O moço triste se abraçou com o tronco
E nunca mais se levantou da terra!

Augusto dos Anjos

AMOR DE PARDAIS

Antes de saber onde vou
Já a paixão me tragou
Os pardais que cantam nos
mananciais
Nos rios cascatas que correm
mais que minha sede
Mais um abismo que reconheço

E, eu me abandono feliz
Esqueço de mim nesses braços
Saciada de amor quase desfaleço
Adormeço e os pardais ainda me
acordam mais pensamentos

Meu abismo que reconheço
Meu pardal, logo esqueço de nós a
me saciar de amar
História que passa por mim
Logo me abandono de nós, em belos
contos de pardais

sulla fagundes



De volta


De volta

Nem sempre com poesia
Nem sempre insensível
Nem sempre com a alma
lavada
Mas de volta cheia de
amor
Repleta de saudades ...
Com tanta novidade ...
Contudo, sem transparência
Não relato os fatos
Já lavei cada prato e esvaziei
alguns copos e taças
Arrumei as gavetas, joguei alguns
trapos fora ...
Tenho um belo vestido, engomado,
Vermelho como a paixão que ocupa
 mais espaço que as tralhas

sulla fagundes


sulla fagundes