quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Sulla - Poeta... poeta


POETA ...POETA

Na pior ribanceira
Chega a hora de rolar
Cair do sonho
Acordar e ver que não há
nada, para aliviar a queda

Amortecer, na hora do expurgo
Chegou a hora de chorar
É chegado o momento de olhar
e morrer mais um tanto
Não entrar em coma induzido
Olhar .. constatar que não havia
ninguém lá
O chão se abrindo e sozinho sobre
os espinhos, fazia poesia a única que
que o salva nesses dias
E, sangrava os instantes
Os olhos não eram meigos, mentiram
ao poeta
Eram espelhos do que queria ver ...
Eram versos que queria escrever ...

Chegada a hora boa,
Tentar terminar a poesia, virar páginas
Ardiam os versos na vertente dos olhos
Independente do leitor ...a morte foi
fria
Na farsa do poeta, feriu-se na madrugada
No quarto, o sofrimento de longo alcance
Faz a canção acordar, mudo envelheceu ...
Tem sofrer, no quarto inteiro e embaixo
do travesseiro
Tem solidão para vender, e, lágrimas para
salgar o mar
Se o sal, vier um dia, faltar


sulla fagundes