sábado, 13 de outubro de 2012


POEMA DECLAMADO

Era de louça
Era pintura  de nada
Era papel emprestado
Era um rosto num cenário

Era um palhaço de asfalto
Era cigana  ladra de cartas
Era disco arranhado
Era um cisco no olho

Era pobre de reis
Era a preguiça encrustada
Era um alo de amarguras
Era sem passado
Era a perfeição em delírios

Era uma mala velha andante
Um medo estampado, escorregado
Era um erro declarado
Era frágil repetitiva ...
Era um artificio
Era  poema declamado

sulla fagundes

12-10-2012