POEMA DECLAMADO
Era de louça
Era pintura de nada
Era papel emprestado
Era um rosto num cenário
Era um palhaço de asfalto
Era cigana ladra de cartas
Era disco arranhado
Era um cisco no olho
Era pobre de reis
Era a preguiça encrustada
Era um alo de amarguras
Era sem passado
Era a perfeição em delírios
Era uma mala velha andante
Um medo estampado, escorregado
Era um erro declarado
Era frágil repetitiva ...
Era um artificio
Era poema declamado
sulla fagundes
12-10-2012