sexta-feira, 27 de abril de 2012

GEADA


Meus olhos vêm a fumaça
Qualquer  embaçar de espelho
Gelada maneira, coisa da estação
por  vir
Congelado cuco, que se abriga no
relógio da sala de estar

Na parede  ao lado do  sofá
Os ponteiros não prendem os instantes
As saudades  em  rompantes ...
Gelada olho  para a vidraça embaçada

Um nevoeiro  imenso  ....
Teu  vulto assemelha-se  á   qualquer
chegada
E.. sentada  no teu sorriso, cativa do teu
abrigo num abraço
Nem sorrio ,apenas espio o tempo que
não passa ... arrasta  os planos  que  fiz

Quando me  sinto esquecendo ... meio
adormecida
Grita o cuco,  de repente,  atrasado ...  de
pijama  e  me chama  ...
E...  em meio a geada, calada, ainda sonho
Meus em planos....  de  fumaça ...

sulla fagundes

COISA QUE INCOMODA


Que  a  lua  se  desobriga da madrugada
Que as  estrelas,  fechadas em copas, deixa
o poeta  de costas sem nada
A poesia, resoluta, nem  se coloca nas inspirações
Tem coisa que faz o  sol reinar absoluto ...   em
incontáveis manhãs


A madrugada  adormece  seus meandros
Não chove, aquece ou esfria ,apenas, incomoda
a arte da poesia
Tem coisa que  incomoda
Como o cão que  come  suas ovelhas  ... não
tem jeito  não tem jeito  ....

sulla fagundes

Soluçou a madrugada


Morreu o mais velho poeta
Professor da nostalgia
Por quem chora a poesia
Aquele o qual se apaixonara
Com ele deitara teve versos
lindos
Tímidos, ainda na adolescência.
Lá se vai, corre o cortejo
Ela vestida de negro, traz saudades
nas mãos
Nos olhos vertente de lágrima..
Na cama a mais absoluta .. saudade
A lua, escondida, medita
As estrelas, rezam, em corrente
O sol não adormece desde então
A poesia .. abraça a canção, em
desconsolo ..
Sem letra, a musica, ainda acalanta
Nessa longa espera .. em luto

sulla fagundes