quarta-feira, 16 de maio de 2012


Faz medo não



Na ilusão do teu irracional
Pense, ilumine o que te rege
Clareie o túnel, ande sobre o solo

Vede ... não afunde levite ...
Seja perene, seja sempre, somos
poetas
Temos coragem, coisa de poucos,
escrever ...
Entre loucos lobos
Faz medo não, caminhe nas linhas

Nas minhas linhas, a seguraria ...
Mas, enxergas bolinhas coloridas
demais
São apenas sonhos, corajosos ...
Alamedas e atalhos, os quais pintei
com lápiz e giz
Tenho tocas necessárias, nelas
costuro intermináveis colchas

Guardo meus abraços, em remendos
Faz medo não, minha concha, bem sei
... assanho
Te mostrei ... e de lá teu sentir ...
fugiu ... apenas emudeço ...
Costurando, o embaçado risco ...
Faz medo não, é preciso calma, para
olhar de lá, fora e dentro da poesia
Foi um modo de te encantar ... faz medo
não ...
Reveja a aurora na nascente

sulla fagundes


Sulla Fagundes - O poeta -.

O POETA

Ama os momentos, neles cria 
O poeta ama por algum tempo
num repente,  infadonho se faz
O poeta
Preso  sofre triste 

Lembra a poesia que o clama 
Sente que ela, caminha entre as
estrelas a sonha-lo 
O poeta solto é eterno solitário

E.. a espera de um abraço... um 
colo, sonha criando a soluçar ...
Inventa seu padecer e padecendo ...
padece  deveras  

O poeta se faz  louco,  precisa se-lo
Somente  compreende um poeta ...as
musas que ele próprio  inventa ..
E, depois desfaz cada uma delas uma 
a uma ...

O poeta é pobre refem  de si mesmo 
O poeta ama a musa que o rejeita...
inventa seu desprezar, versa sofrido
Havia de mata-lo para que páre, seu
martirio 

O poeta não se basta, basta inventar
a amada, para que nasça a poesia sonhada
... não sendo suficiente ... parte
O poeta, na verdade, não pode amar
Não sabe ser inteiro está sempre faltando
um parte ... a criação  

O poeta  não se completa 
Vive numa busca interminável 
Quando na agonia dela, a morte, ainda ...
... sopra como  último folego ... um mero
verso inacabado que se chama epitáfio
Sua lápide é seu  último livro iniciado
Jamais acabado ... se decompondo a alma ...
voa ... com as papatilhas ,e pinceis o poeta ...
 apaixonado entre madrugadas na busca da amada
a mais adorada ... a poesia

sulla fagundes