MODESTOS VERSOS
Revejo na estante instantes
Repousados, num copo de vidro
junto ao vitral, azulado, do segundo
Em seguida a tragédia corta o copo
Dilacera em cacos, tristes, a paisagem
Achar em outro timbre um sonho bobo
Transferência, macabra, relutância de risos
Numa placa, de procura-se, largo sorriso
Ao fogão, em fogo brando, aquecendo o velho
prato sem gosto nem cor
E, no quarto, daquela hora, mais uma hora ...
de solidão,driblada
Um quadro, deprimente, daquele vernissage
Mostra o movimento das damas,no tabuleiro, tolo
Nas cartas, lê-se ouro e espada
E, enforcado, arrocha a corda como a destruir-se
A vida num querer esvair-se, nesse tédio
deprimentente empalidece, descora, sem viço ...
Por vezes, delirante invento, traz nas mãos, a
rigidez sem coragem de manter-se
As pedras dessa estrada saltam imitando num
vão de madrugada, a cadência das estrelas ...
Maquina de fazer ingênuos ...em versos mochos
repetitivos ...
Há um modo, um jogo, uma dor, que desmanche ou
deliberadamente ...cale
Um momento, desses que a surpresa devote um
grito
Emudeça sucumbindo-os enfim
sulla fagundes