terça-feira, 30 de outubro de 2012


MODESTOS VERSOS

Revejo na estante  instantes
Repousados, num copo de vidro
junto ao vitral, azulado, do segundo
Em seguida a tragédia corta o copo

Dilacera em cacos, tristes, a paisagem
Achar em outro timbre um sonho bobo
Transferência,  macabra, relutância de risos
Numa placa, de procura-se, largo sorriso

Ao fogão, em fogo brando, aquecendo o velho
prato  sem gosto nem cor
E, no quarto, daquela hora, mais uma hora ...
de solidão,driblada
Um quadro, deprimente, daquele vernissage

Mostra o movimento das damas,no tabuleiro, tolo
Nas cartas, lê-se ouro e espada
E, enforcado, arrocha a corda como a destruir-se
A vida num querer esvair-se, nesse tédio
deprimentente empalidece, descora, sem viço ...
Por vezes, delirante invento, traz nas mãos, a
 rigidez sem coragem de manter-se

As pedras dessa  estrada saltam imitando num
vão de madrugada, a cadência das estrelas ...
Maquina de  fazer ingênuos  ...em versos mochos
repetitivos ...
Há um modo, um jogo, uma dor, que desmanche ou
deliberadamente ...cale
Um momento,  desses  que a surpresa devote um
 grito
Emudeça sucumbindo-os enfim

sulla fagundes