sexta-feira, 5 de outubro de 2012


Não leve a mal

Me leve a toa  me leve naquele
terraço
Me leve  a dor da tua perda...
Me leve, leve na flauta doce
Me leve o coração me adormeça
Me leve a sério

Me machuquei demais, se faça paz
Não me leve a mal
Me leve para passear no verão
Me perca de vista, se assim quiser

Me confunda os instintos primitivos
Me leve o coração as roupas ...
Me leve a poesia  sem rima

Não me leve a mal, apenas me conduza,
a sério ou não
Estou de passagem comprada ...
Pare a condução desse clamor, e, me
deixe deitada, nua, não me leve a mal
Me leve o bem que te quero

Não me leve a sério
Meu coração já falta, o farto, pedaço
Me leve ao mormaço, de um afeto selado
Me leve a sério agora ...

Não se esqueça que sou poeta
Caiba direito nos meus versos ...tolos
Me leve o fato, de pensar passar  sem razão

sulla fagundes


Voltei a fazer

Versos de amor  que desenho
A cada par de hora, para ti senhora
Voltei a colocar o coração para funcionar
Correndo a  tua  volta envolvendo-te  nas
rodas das minhas saias

Voltei a fazer
O  que te encanta, cantar com lirismo meus
afetos
Como carola, desconjuro o ato sexual, o qual
adoro
Compondo apenas para te ganhar a afeição

Tão bandida, me faço bendita
Numa esquina, de freira vestida, lá vou eu ...
sem as minhas  intimas peças ...
Veja a onda de sacrifícios sendo santa ...

Nem  mais me lanço em tangos
Vestida num vestido longo, branco, composta
Sentada sem decote, no verão, ainda me lanço
num samba canção irritante

sulla fagundes


Me liberte desse cativeiro
Não me olhes  assim com receio
Esperar é meu castigo,  aceito

Me ofereça-se, sem respeito
Toda oração nesse par de seios
Andei tanto chão, basta de promessas
Lava a bainha do facão ...

Enquanto danço a dança da tua terra
Não venço esse castigo me atropela
os sentidos
Meu amor, deixe de preguiça, me aceite
de uma vez

Evite essa reza ,infinda, entre castigos
Com "não" puxando  a ladainha
No tempo já estou, molhada de chuva

Ressecada ao sol latente
Desesperada, no vão, do  vento ...

Sem defesa, acabarei num ataque numa miragem,
deste deserto
Reze baixo, calada, sem adeus ...
Temo um achaque perturbado, que sei que possuo

E, saia de vez  do teu caminho ...

Que te custa um perdão mendigado
Não culpes a tormenta que causei delirada
A vida abrevia em datas consome planos
Então vem sonhar no mesmo travesseiro

sulla fagundes