segunda-feira, 6 de maio de 2013
Tu e tua cuia
Eu sumi de mim a cada hora
Sumi para não vir o ponteiro
Contando as horas em tic tacs
Eu sumi de mim, para jamais
acreditar em fadas e seus contos
Eu sumi diferente, em morte aparente
Parecia, confesso, demência ...
Era urgência de alma, ausência
Eu dizia não faz isso, não se mate
dentro de mim
E assim se deu o homicídio voluntário
Não pude suportar a ,cristalina, palavra
que em mim ecoava
Mais horas escovando as almofadas
Limpando minha vida
Nunca mais, jamais em palavras que
não me pertenciam
Por terem todo o tempo, residente nelas
Se eu pudesse, se ao menos visse, o
colorir da vida
Uma canção que quebrasse a couraça
Mas de presente, me desses, o lado de
cá solitário
Entre teus desaforos, gritados, afinal o
mundo gira somente por tua causa e a
teu propósito
sulla fagundes
07-05-2013
Cansada
O que mais me cansa
É ter o que acredito, denunciado
O humano em auto explosão
O mal em total expansão
O homem cada vez pior em
sombrias atividades
Em ações que desmereço e
desprezo
Ando tão cansada, que esmoreço
os versos, que me salientavam
É ilusório acreditar que se pode
confiar
Em um bicho que por raciocinar me
ruboriza
Perdoa meu Deus, mas a receita
que penso querias
Desandou no sétimo dia
sulla fagundes
28-04-2013
ESPAÇOS VADIOS
Meu mundo, inteiro, era como uma
estrada antiga ...
Nele, estamos de mãos dadas com
o destino
Eu procurava em tantas vias
e alamedas
Uma voz que me chamava, como
um sussurro constante
Aturdida,entre poemas e versos
Sentia, pulsante, meus dias tão
vazios
Meu mundo ecoava uma ausência ...
Eu,ausente de mim, entre enganos, perdida
Ouvia, um chamado antigo
Insistente, insinuante ao longe ...
O chamado, que tanto eu sonhava acordada
Clamados á poesia, surda, em tantas
madrugadas perdidas
Perguntei a cada estrela, espalhadas nas
cintiladas noites
Daquelas que enfeitam o céu de poeta
De onde viriam meus versos,sonolenta e sem
resposta adormecia
Um dia que parecia chuvoso, meio choroso
Olhei o tempo passando, e junto a chuva
Alguns pintos, constantes, traduzidos pela
ventania
Pareciam tons de partituras dedilhadas entre
cordas de um piano de caldas
Ou violino, afinado, de alguém repleto de mim
Era meu mundo vazio, sem remorsos, deitado
ao meu lado
Chamado você, que ocuparia meus vãos
E, espaços tão, tristemente, vadios
sulla fagundes
01-05-2013
Não deito na cama do tempo
Não me acha desatenta ...
Não me deito na cama do tempo
Não tenho tempo
Seria morrer, entre sonhos que
perdi a seu próposito
Seria como me defrontar, meu
rosto
Recontar minhas rugas, e vir mais
uma a cada hora
Não me deito na cama do tempo
Ele é debochado, passa assanhado
Mata de desgosto, por gosto
Não me deito na cama do tempo
Ele é viril,
Com giz colorido das horas rabisca
Desenha rostos gosta de modifica-los
Não me deito na cama do tempo
Cambaleia, para que seja notado
E vai passando pela janela da alma
A espreita dos olhos, desatentos
Segue atendo mascarando pensamentos
Rir-se, a valer, de quem demora entre
dúvidas e medos
O tempo cresce, viçoso, é só perde-lo
de vista
E lá vai ele, marcando a face em riscos
intensos
Martiriza, a dama de vermelho
O tempo tem uma cama macia, o travesseiro
de penas perfumadas embreaguez letal
É onde ilude e faz com que ao acha-lo
Percamos horas em lembranças inuteis
Eu não me deito na cama do tempo
Nunca mais, mesmo porque não tenho sono
sulla fagundes
30-04-2013
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