sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Sulla Contorça-se


Contorça-se

Ande pela  sala fale dos vãos
Conte-me das tuas ousadias ...
Fale a esmo ria  debochada ...
Vamos andar pelas estradas

Deitar sobre o sol, quente, dessa
cidade ...
Vamos dançar aquele ritmo
Falemos dos nossos roseirais

Sussurre os suores de hoje
Me desenhe nos lençóis de agora
Não me conte histórias na chegada
Não me faça ensurdecer

Me encante com teus fartos lábios
Sinta meus compassos ritmados
Não me fale de idas  a lua
Lá  ja  estive nua ...sem encantamentos

Não me fale de cansaços e amores
eternos
Assim posso abrir teu segredo facilmente ...
Não me peça  para que fique
Fique calada assim me  afinco
Solto as amarras, apenas para ancorar

Não reflita, agora, nem se ponha aflita
Assim meu medo de ferir me leva a partir
Não quero duas fontes a verter ...
Quero teu riso frouxo e tuas saliências
A juventude que emana dos teus poros

Repouse  com leveza perfumada
E, nada indague assim retomamos a
estrada ...
Entre na  concha, sinta o cheiro
forte , do pecado ...a rosnar sempre
teu nome ..

sulla fagundes


Eliana Melo


Eliana Melo


JOÃO BOSCO - ESCADAS DA PENHA ( POR DENTRO DO CRIME )




Composição: João Bosco Aldir Blanc

Nas escadas da Penha
Penou no cotoco de vela
Velou a doideira da chama
Chamou o seu anjo-de-guarda
Guardou o remorso num canto
Cantou a mentira da nega
Negou o ciúme que mata
Matou o amigo de ala.
Tá lá
Tá lá o valete
No meio das cartas
No jogo dos búzios,
Tá lá no risco da pemba,
No giro da pomba,
No som do atabaque,
Tá lá.
E tá no cigarro, no copo de cana
Na roda de samba, tá lá
Nos olhos da nega na faca do crime
No caco do espelho no gol do seu time...
Tá lá o amigo de ala
O amigo de ala
Matou o ciúme que mata
Negou a mentira da nêga
Cantou o remorso num canto
Guardou o seu anjo-de-guarda
Chamou a doideira da chama
Velou no cotoco da vela
Penou nas Escadas da Penha