segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Sentimento perverso

Sentimento perverso

Tarde clara de menina
Um sonho de amarelinha
Singela no estampado
vestido
Olhos curiosos gulosos
de "sim'
Tantas  fitas nos cabelos
Ornamento de tiara
Menina abelha da colmeia
Paixão do poeta
Canção do maestro maldito
Desarranjo da orquestra
Menina de olhos amendoados
Quem dera ter nascido dez
anos antes
Assim seria minha amada
E meus sentimentos coerentes
Meus versos cortantes
Meu poema maldito delito
Seria meu soneto cortês

sulla fagundes


Vamos dançar o que toca

Vamos  dançar  o que toca
Ou se vire   e  saia da janela
O poeta precisa olhar a lua
Assim que se  traduz em poesia
Vamos  dançar o maestro está
parado exalando melodias
O poeta transbordado de versos
E tu ocupas dois  lugares e nem
se embaraça
A janela do poeta e o meu tempo,
que  passa a revelia da vida
Então  dance ou descanse enquanto
eu, me espalho no assoalho riscando
de  batom a camisa do moço a me
observar
Quero  dançar  a magia das canções
as  quais  me permito deixar aliciar

sulla  fagundes


Lençóis de outono

Lençóis de outono

Devo dizer que não perdi
Não perdi,  nem tempo
Não foi  bom nem raro
Caro? não, foi barato  demais
Licor  de amargo de jamais
Um perfume perdido, suado
Engano poético em versos como
esses
Versos baratos para alguém que
não valorizou a simplicidade
Nada disse, apenas fechei a porta
dos fundos
Nas mãos uma  flor, no peito nada
ressecado
Um desejo, profano, de queimar os
lençóis de outono
E o tempo, nem a este foi engano


sulla  fagundes

Vestida de Limos

E  tu onde estais  rapaz?
Se  torturado vives desejoso 
E ela  onde  deixaste, esqueceste? 
Tu vias que chovia, e numa viela na
 lama, atirastes o vestido  bordado 
E agora, agonizas sem rumo nas ruas 
E ela ,onde  está  morta de frio ainda?
Tu a vês, quando torturado a  busca na
mesma viela? 
Na  calmaria das madrugadas sombrias
Nas  neblinas, vindas dos outonos, procuras
bem sei  
Onde morres  um tanto olhando o canto,
limoso de tal abandono 
A consciência de abraça ardorosa  e  indaga:
_Onde está  ela  a  musa  que te amou, morta?
Aturdido morres acorrentado nas insonias 
Te  recorda, a mentira com a  qual abriu o 
segredo da moça?

A moça, do vestido bordado de  sonhos e limos

sulla fagundes

Espelhos

E ...é ao espelho a  verdadeira face 
Cercada  deles  não se foge 
 Logicamente se dorme, e nos sonhos 
os espelhos 
Os véus não existem depois de algumas
fugas acabam-se as rendas 
O espelho colecionador de  rugas reflexo
da alma 
O que  faz poeta,  acostumado ao adverso? 
Confessando as  faltas, as ausências, as
marcas entre  sonhos perdidos 
E... a  realidade  é  que  o mundo é um 
imenso espelho  que  ninguém  olha 
Se  olha  não  enxerga, temendo o morrer
dos versos 
Que sepulte a poesia  e nas tristezas,  que
espelham-se
Cale-se as emoções e aquele mundo escuro
sem espelhos
Se faça  a  última  morada do versador teimoso
Que pensa fazer poesia, alegrando seus amargos
dias 

sulla  fagundes

Eu tenho um relacionamento com o amor
Uma relação intensa, perigosa e incrível
Eu o quero, o aceito, porém á distância
Não o embalo, nem o aprisiono em mim

Ele o amor, é livre e eu também
Nós nos encontramos muitas vezes ao longo
da vida
Tivemos momentos bons juntos ...

sula fagundes


Se eu fosse você ...

Se eu fosse você ...

Detesto este inicio de conversa
Por que eu sou assim detestável
detestante 
Me movo de repente, num rompante 
Deito e adormeço em claro dia 
Eu sou assim repousante delirante 
Procuro versos no fundo do passado
Bem no fundo o armário 
Visto o que não é moda o que gosto,
somente a mim cobre 
Me desnudo ao banho entre canções 
Não me vejo ao espelho me reconheço
nas multidões 
Incógnita ? Não, escorregante talvez 
Se eu fosse você ...
Que inicio massante, estou no pico mais
alto, riscado o céu como raio 
Não sou como quereres, sou como sou 
E tu? te aceito, e não inicio esta conversa
porquê ...
Eu não quero que você seja eu nem por
um, mero, instante 

sula fagundes

Talvez amar

Talvez amar 

Ao contrario do rumo
Não suponho acreditar
Não presumo esquentar
Não há um rosto amigo
No final do meu túnel 
Há um talvez antigo
O ruim é que as imagens
das insonias, por si se
sustentam

Persistem predispostas 
Como aclamando o amar 
Me lembro quando ouvi
Soando alguns poemas 
Alguns versos mutáveis 
Que os recordo, como
visagem
Ofuscando a passagem das
novas estradas bifurcadas 

sulla fagundes


A arte das expressões

A arte das expressões 

A poesia é a mais completa 
Um poeta pode ser o que quiser 
Escrever e assinar como um anjo
O poeta não tem sexo nem boca
Tem papel e tinta no tinteiro
O poeta escreve, desenha o que
jamais sentiu 
Tatua suas limitações, e grita assim
suas mais nuas verdades 

Sula Fagundes

Sonhos

Existem sonhos tão especiais

Tão encantados, são como finos

  cristais 

São como diamantes lapidados

Uma voz de fino agudo, soprano

sonhos que por si mesmos não

acordam
 
Existem, simplesmente, para serem

 sonhados ...



sula fagundes

Por fim me calo


Amo-te no mais absoluto silêncio
E dele, me  orgulho
Amo-te tanto que meu sentimento
te alcança
Amo-te apenas amote-te
Bem sei que amar-te é inoportuno
É nas minhas  insônias,que a ti vejo
E no céu, desenho-te sem receios
Nos  dias de  sol ergo-te como astro
rei
Quando amo-te a mais  que  deva, me agito

Como a controlar esse carrasco que a
 mim toma de açoite
Me acalmo pois amar-te, não foi escolha
E nesse castigo febril,que carrego comigo
Sem dividir sequer  contigo
Exito, reflito, e  por  fim me  calo

sula fagundes