segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Sapatilhas

Sapatilhas


Colorir  meu  mundo, contornar os  riscos
Desenhar  minha  história, juntar alguns
pedaços
Procurar meus remendos, no baleiro de costuras
Curar minhas  feridas, que  sangram demais
Me achar em algum vilarejo do mundo
Acertar os ponteiros, do relógio da praça
Encontrar o  velho palhaço, que encerava  meus
espetáculos
Deixe  a poeira  baixar no  sótão, meu coração
gritar
Me permita chorar tudo, que  eu tenha trancado
Não quero dividir pesos, de uma  vida inteira
Há uma teia, armada, no canto da  sala
Algumas  pétala, de  flores  secas ao lado  do
do velho vaso
Um cansaço, constante, nas paredes da casa
Uma garrafa de  vinho, uma só taça
Um amigo de seis  cordas, um pinho  o pandeiro
marcando os compassos
Cabelos  grisalhos nas têmporas e, ao lado ,a
certeza de estar plenamente vazia
Um coração insistente, em mante-se vivo
Um grito sórdido entalando, um  brado
Tantos pesadelos inconcientes, sonhos em branco
e preto
Um porta retratos solitário, ao lado de ninguém
Uma canção pairando, como  como torturar o que
pretendo  esquecer
um mundo emoldurado, vejo nas vidraças ao cair da
chuva
Lugar sagrado, entre os  relâmpagos e a ventania
Moram  as  sapatilhas onde  voo com as gaivotas
como   eterna  bailarina

sulla  fagundes

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