AGENDA DE PAPEL
Um dia jogada numa fria gaveta
Chorou o desmazelo da solidão
Um dia o que era o primeiro bom
abraço
Tornara-a a cada manhã sem serventia
Chorou o mofar dos anos no sótão
Não havia mais o aquecer das mãos
O consultar diário, esquecida fora
Para que o existir, indagava ás teias e
aranhas
Amarelou-se ao correr dos anos das horas
inúteis sem planos
Envelhecida, tendo as amargas lembranças
do manusear
Afinal não era mais necessária ...
Covarde, dizia ás baratas ao passar entre
sua folhas
Poderia lançar-se na lateria, maldosamente
cochichavam
O fogo a consumiria em segundos e ninguém
lamentaria
Afinal obsoleta, em anotações ...
Arcaico objeto em folheações ...
Um dia um apagão, um vírus não sobia que
enfermidade acometeu-se a substituta raiz de
suas amarguras
Consumiu a memória da eletrônica
Um ser monstruoso denificára preferida
E ela, parada, com tanto medo afinal os
passos eram pesados rumo ao sótão
Lançou-se as chamas que a consumiu
em frações de segundos
Preferiu a morte, que ser apenas mais
uma vez usada
Abandonada novamente, não suportaria ...
Pois já batia á porta o mantenedor de
maquinas.
Proeminente carrasco que mantinha saudável
o computador de bolso
sulla fagundes
06-06-2013
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