domingo, 27 de janeiro de 2013


CIRANDEIRA

Ainda hoje penso
Da terra nova, deixo
pouca história
Ainda hoje indo assim
nas sombras das velas
nas procissões
Ainda hoje carrego o
altar
Ainda hoje devo rezar
baixo
Os milagres chegam tão
devagar
Ainda hoje não sei das
meias em pares
Ainda hoje mais um dia
para acordar
Um dia apagando as pistas
Ainda hoje
Saber que jamais alguém
poderia ser de alguém
Ainda hoje as digitais
são tão desiguais
Ainda hoje se sabe que
não tem fim
O céu é uma certeza onde
o mar chega a se espelhar
Ainda hoje apaixonado pela
sutileza da calmaria e bravura
Coisa que ninguém segura
Deslumbrante sofisticação
das mãos dadas
Delicadeza clara, suave, como
ainda hoje, vos fala esta
cirandeira

sulla fagundes

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