domingo, 4 de novembro de 2012

Maria João Cantinho


Há um país antigo que se abriga em mim
um país de que não me lembro
senão de mim menina, uma língua de sol e água
que se cola à minha pele, obstinadamente
quer ser tempo em mim, quer ser boca
procura a abertura, escorre entre as fendas
da memória, como um pássaro de asas feridas.
Há um país antigo que se abriga em mim
E eu procuro a voz do vento que o cante,
Nessa harpa fria que é memória minha.

Maria João Cantinho

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